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NOVELINHA PARTE 2

NOVELINHA PARTE 2

A História de Amor de Paulo Eduardo e Vera Cecília

8- Dr. Epaminondas, pai de Paulão, ou tio Mimi como era conhecido, sofrera um AVC enquanto jogava pif-paf no clube Piratininga. Coisa muito grave. UTI e tudo mais. A mãe, dona Faustina, abraçada com os dois filhos chorava, achava que ele não iria escapar. Mas escapou. Depois de dias no hospital, mais dias em uma clínica de recuperação, com todos os profissionais da saúde que o dinheiro podia pagar, tio Mimi voltou a andar, a falar, era perfeitamente capaz de cumprir sua rotina diária. Voltou a fumar, apesar da recomendação do médico, conseguia até manter uma conversa corriqueira, mas a cabeça já não funcionava como antes. Aos poucos foi manifestando ataques de raiva e ficando cada vez mais violento. Dona Faustina, coitada, não teve mais sossego. Paulão e Nondas faziam o que podiam para ajudar, contrataram um enfermeiro para que ela pudesse sair um pouco, se distrair. Faustina voltou a jogar e os  dois filhos também. Quando foram ver a conta no banco, muito pouco ou quase nada havia sobrado.

9-Tio Mimi estava impossível, não podia ficar sozinho e nem deixar de tomar os remédios. Faustina parou de frequentar as altas rodas e passou a sair com umas amigas, outra turma que jogava baratinho.  Cada vez mais distraída, ainda assim tinha sorte no jogo.

O apartamento de alto padrão precisou ser vendido, junto com quase todo o patrimônio da família. Graças a Nondas, que tinha um pouco de juízo, conseguiram comprar um bem mais simples, de dois quartos, condomínio barato e garagem para um só carro. O carrão de Paulo Eduardo não cabia na vaga mesmo, então, acharam melhor vender.  A situação era bem difícil, mas na cabeça oca de Faustina ela ainda era milionária, ia jogar todas as noites e de dia exagerava nas compras, não queria entender. Nondas foi trabalhar em um banco e Paulão no shopping em uma loja masculina de grife. Elegante, conhecia o que era bom, logo pegou o jeito de atender os clientes e as comissões eram bem generosas.

10- As clínicas particulares cujos médicos viviam viajando pelo mundo em congressos, foram substituídas por unidades do SUS. O atendimento era básico, mas funcionava. O difícil era acertar a medicação do tio Mimi que ou deixavam o velho meio bobo, ou animado demais, atormentando todo mundo. Faustina jogando, os filhos trabalhando, de vez em quando uma tarde no Jóquei  ou uma noitada de poker para tentar a sorte.

Vera Cecília ia muito bem no trabalho, sabia administrar suas contas e ainda tinha ajuda dos pais. Um dia, resolveu se dar ao luxo de fazer compras no shopping que tinha fama de caro. Um conjunto de sapato e bolsa de qualidade dariam um up no seu visual.  Ela merecia. Vestiu-se à altura, passou perfume francês e foi circular pelos largos corredores apreciando as vitrines espetaculares.  Entrou em todas as lojas de sapatos, não conseguia se decidir, resolveu tomar um café. Quando estava no caixa pagando, alguém tocou seu ombro. Paulão em pessoa.

11-Paulão e Vera Cecília se abraçaram forte, peito no peito, coração no coração, alma na alma.  E abraçados ficaram por muito tempo. Não disseram uma palavra, somente se olharam e era amor que não acabava mais. Paulão disse que precisa ir, Vera Cecília mal pronunciou um ‘me liga’ e cada um voltou para sua vida. Ele ligou, combinaram de sair, foi buscá-la de taxi. Tinham muito que conversar.

Na pizzaria, Vera Cecília mais ouviu do que falou, conhecia a família, ficou triste ao saber do tio Mimi. Achou graça ao saber que Paulo Eduardo estava trabalhando, usando transporte público, falando de conta de água e luz... Quem diria! Mas era muita informação para um encontro só e aí ela veio com aquela conversa sobre não estar preparada ainda para retomar o namoro, que tal se eles começassem tudo de novo. Ele concordou.

De noite, na cama, lutando para dormir sem conseguir teve uma ideia. Antes que o dia amanhecesse, pegou um ônibus, foi ao CEASA comprou dez dúzias de rosas vermelhas e ainda conseguiu um desconto. De lá, pegou mais dois ônibus até a casa de Vera Cecília e deixou do lado de dentro do portão. Mais umas baldeações até o shopping, chegou a tempo de abrir a loja antes das 10 horas

12- Era amor de verdade, um querer bem sincero. Entre eles havia ternura e muito tesão, o que acabou sendo um problema. Dinheiro para os motéis mais caros da cidade nenhum dos dois tinha. Na casa de Paulo Eduardo, impossível, na casa de Vera Cecília, seus pais jamais iriam permitir. Nenhum dos dois tinha carro; estava difícil. Mas, nessas horas, a criatividade não tem limite, o que apimentava mais a relação.

Começou, então, um namoro mais formal, ela foi jantar na casa dos pais dele, ele foi jantar na casa dos pais dela e tudo bem. Estavam juntos e felizes. Mas o diabo não brinca em serviço e não perde a oportunidade de atentar. Paulo Eduardo ficou sabendo que havia uma tal de dona Francis, cujo nome verdadeiro era Francisca Severina, que fazia mesas de pi-paf no domingo de manhã. Começava as 6h00 e ia até meia-noite. Enquanto não foi ver como era o jogo na casa de dona Francis Paulão não sossegou. Meio caro para o cacife dele, mas valia a pena. Uma, que a emoção era maior, e outra, que conseguia sair com Vera Cecília, numa boa, e fazer seu joguinho de vez em quando. Para evitar futuros barracos, contou logo a ela que às vezes ia jogar de manhã.

Com a dificuldade de acertarem o remédio, sem a possibilidade de um tratamento particular, tio Mimi foi piorando. Adquirira uma força física inexplicável e Faustina não dava conta dele quando tinha os ataques. Os filhos geralmente estavam fora trabalhando e a vida deles virou um inferno. Acharam melhor contratar um enfermeiro durante o dia. À noite os três dariam conta. Vera Cecília fez questão de ajudar a pagar.

13-Nondas, que namorava Juliana já há algum tempo, durante o almoço de domingo  anunciou que iam se casar. Foi uma alegria, todos se abraçaram, fizeram um brinde aos noivos.  Nondas falou um pouco dos planos da nova fase da vida e muito reservadamente contou que havia conseguido um financiamento para um apê novinho em folha, e que não viam a hora de receber as chaves e começar a arrumar. A cerimônia seria simples, para poucos convidados, mas tudo do jeito bem tradicional.

Paulo Eduardo ficou feliz pelo irmão. Vera Cecília ficou com uma pontinha de inveja de Juliana, mas em nenhum momento demonstrou.

Depois da cerimônia, serviram um bolo com champanhe no salão da própria igreja e os amigos e parentes se confraternizavam com alegria. Tio Mimi andava de um lado para o outro com olhar distante, não reconhecia as pessoas. Como naquele dia Faustina dera a ele uma dose dupla do remédio, não se preocupou muito em vigiá-lo e ele foi bebendo uma taça depois da outra, feliz da vida, sorrindo não se sabe para quem. Na hora da noiva jogar buquê, aquela gritaria, só as solteiras, quem pegou, quem vai casar, tio Mimi cai desmaiado derrubando uma mesa de apoio cheia de taças.

Todo mundo em volta dele, Faustina dando tapinhas no rosto pálido, sacudindo seu corpo e chamando seu nome. Ele não voltava. O sobrinho médico já havia chamado a ambulância, pedia para as pessoas se afastarem e ajeitava a cabeça do tio no paletó dobrado.

Veio ambulância, Faustina e os filhos acompanharam, Vera Cecília ficou consolando Juliana que chorava sem parar. Tinha que acontecer bem no dia do seu casamento! Aconteceu. Tio Mimi não passou daquela noite. Além do forte AVC, sofrera um enfarto fulminante. Foi o tempo dos convidados voltarem para casa, descansarem um pouco e irem direto para o enterro. Foi melhor assim, disse Faustina triste, mas aliviada.

14- Paulo Eduardo ficou encarregado de dizer algumas palavras durante o evangelho na missa de sétimo dia. Disse poucas palavras, mas todos se emocionaram. Terminou com uma frase que tio Mimi vivia repetindo: “Morro como pobre, mas vivo como rico.”

Faustina não parava de jogar. Por mais que os filhos pedissem, não conseguia deixar o baralho, chegava a fugir com a ajuda dos parceiros e os filhos tinham que se virar para pagar as dívidas de jogo no fim do mês. Não eram tão altas, porém a situação da família era bem precária.

Nondas finalmente foi morar no seu apê novinho em folha, Paulo Eduardo ficou com a mãe, mas totalmente focado no trabalho. Vera Cecília também progredia profissionalmente e logo iriam se casar. Ela era muito boa no atendimento aos clientes, resolvia pequenos e grandes problemas, todos gostavam muito dela. Um dia, depois de uma reunião muito produtiva, o cliente a convidou para almoçar. Ela aceitou, fazia parte do trabalho.

Ricardo, o cliente, era muito bem apessoado, mais velho do que Vera. Durante o almoço, ela acreditou que tanta gentileza tinha um intuito exclusivamente profissional, mas estava enganada. Ele usou todas as suas táticas e acabou levando a moça para cama. Impressionada com a atenção de um homem importante, deixou-se levar pelas promessas e uma vida de sonhos no apartamento que ele havia acabo de comprar em Miami. A coisa foi ficando séria. Ela estava divida, amava Paulão, mas Ricardo era irresistível.

Vera Cecília não conseguia dormir pensando nos dois, não conseguia se decidir até que Ricardo aparece com as passagens e ela não pode mais esperar. Viajariam em dois meses. Entre um choro convulsivo e juras de amor contou para Paulão que amava os dois, mas ia embora com Ricardo. Paulão, resignado, disse apenas que desejava de coração que ela fosse feliz. Na hora segurou as pontas, mas ficou arrasado.

15-Com muitas providências a tomar, Vera decidiu falar com o chefe. Explicou o melhor que pode e ele até foi compreensivo, ficou feliz por ela e por Ricardo que conhecia há anos e desejava que fossem felizes. Ela prometeu cumprir o aviso prévio, enquanto tirava visto, passaporte, organizava suas coisas para mudar de país.

Paulão não a viu mais, preferiu cortar logo de uma vez e foi tocando sua vidinha.

Ricardo combinou de ir buscar Vera Cecília cedo no dia da viagem. Ela ficou pronta bem antes e, com as malas na porta da casa sentou na sala para esperar, Ligou para algumas amigas para se despedir, mas não se aguentava de tanta ansiedade. Ricardo se atrasou, deve ser o trânsito, pensou ela.

16- Vera Cecília sabia que o voo para Miami saía às 23h45. Ricardo avisou que chegaria antes das 16h00 e ela estava pronta, sentada na sala desde as 15h00. O tempo foi passando e ela foi inventando possibilidades, o trânsito, taxi atrasou, o pneu furou, houve um acidente, ele está no hospital. Ai meu deus, será que ele morreu? A gente esquece que havia um tempo em que ninguém tinha celular.

Às 20h00 ligou para a casa dele, caiu na secretária eletrônica. Não tinha mais para quem ligar. Foi aí que ela caiu em si sobre a besteira que estava fazendo. Pensando bem ela sabia muito pouco sobre aquele homem. Ele parecia tão sincero, gente boa mesmo. Não, não era possível, ele já ia chegar.

Não chegou. À meia-noite ela estava em prantos. O pai e a mãe não sabiam o que fazer para consolá-la e, quanto mais falavam, mais descontrolada ela ficava. Chutou a mala, pisou em cima, depois abriu, agarrou as roupas novas tentando rasgá-las, jogou-as no chão e se jogou por cima. Esperneava de ódio até que, por fim sossegou de exaustão. Tomou um chá com calmante que a mãe lhe e foi dormir.

17-Três meses depois Vera Cecília começava a dar sinais de que estava bem. Já havia voltado para a empresa, seu cargo esperava por ela e seu chefe foi quase um pai. Isso ajudou na sua recuperação, além de antidepressivo e terapia. Começou a sair à noite com as colegas de trabalho. Ia a barzinhos, baladas, começou a beber mais e a se soltar. Estava gostando de ser mais desencanada, de beijar na boca, de ficar só por ficar.

Paulo Eduardo cuidou da sua tristeza a seu modo. Decidiu que precisava ganhar mais, promoção a gerente era a sua meta. Conversou com o dono da loja, estabeleceu metas, criou ações de marketing inclusive teve a ideia de servir espumante para os clientes. No fim da tarde, na hora do happy hour, um garçom passava a bandeja com belas taças de cristal e salgadinhos. Foi um sucesso. Aquilo era uma novidade e logo as outras lojas começaram a copiar a ideia.

Voltou a jogar, claro, e sair para noitadas. De temperamento tímido, custou um pouco para se chegar às mulheres que lhe interessavam. No fim a timidez virou um charme e ele começou a se dar bem, pegava todas. Cuidava de Faustina, fazia as compras da casa, a levava ao médico quando preciso e tinha a habilidade de fazer pequenos consertos, coisa que ela ficava bem satisfeita. Ela, por sua vez, o tratava como se ainda fosse um menino, cozinhando as comidas que ele mais gostava e passando suas camisas com perfeição.

Ricardo sumiu no mundo, nunca mais se ouviu falar dele. Paulão e Vera Cecília não se encontraram mais, como se, no caminho que antes trilhavam, tivesse surgido uma drástica bifurcação. Cada um foi para um lado.

18 – Movimento fraco na loja, Paulo Eduardo foi tomar um café, voltou e se ocupou organizando as gravatas italianas por ordem de cor. Estava de costas para a porta de entrada quando sentiu um perfume forte, adocicado. Virou-se e lá estava ela super produzida, se equilibrando nem salto que compensasse sua pouca estatura. Prazer, Val. Estou procurando um presente para meu marido, será que você poderia me ajudar? O preço não tinha a menor importância, a marca sim, de preferência visível. Vamos lá, gravatas italianas? Não, não usa gravata. Camisa social? Também não usa. Sapato de cromo alemão. Só usa tênis. Mocassim? Pode ser. O que faz seu marido? Jogador de futebol, o Binho, conhece? Quem não conhecia o Binho? Agora havia ficado mais fácil. Duas horas depois, as prateleiras vazias e o balcão lotado, ela separa as peças que vai levar e pede para embrulhar para presente, cada coisa em um pacote. Vai pagar com cartão de débito e pede para alguém ajuda-la a levar no carro.

Paulão acompanhou Val até o corredor do shopping, pediu para o vendedor levar as compras e agradeceu à nova e promissora cliente. Ela tirou uma caneta da bolsa, pegou no braço dele e escreveu na palma mão um número de celular. Deu uma piscadinha e disse: Me liga.

19-Tiveram um caso cheio de surpresas. Vera Cecília começou a se cansar da vida de balada.

20-O jogador de futebol, marido da Val, foi jogar para um time na Europa e eles se mudaram para lá. Paulo Eduardo ficou sabendo por uma notícia no jornal. Aquela mulher era o cão chupando manga. Ele não só ia sentir falta daquela aventura tórrida, como jamais ia esquecer a mulher que por pouco fez com ele perdesse a cabeça, largasse tudo e fugissem juntos para Dubai, como ela mesma havia sugerido. Às vezes, tinha a impressão de vê-la passeando pelos corredores do shopping, chegou até a seguir uma mulher com a mesma constituição e, por sorte, não chegou a abordá-la. Ela virou o rosto, ele viu que não era quem ele gostaria que fosse, e passou reto.

Com a saída de Val de sua vida, continuou jogando, apostando nos cavalos, na loto, no bicho, dentro de um limite que ele conseguia se sustentar sem fazer dívidas. Voltou a pensar em Vera Cecília, pensou em ligar para ela.

Paulão costumava fazer supermercado para Faustina no dia da sua folga. Ia  de ônibus e voltava de taxi com várias sacolas pesadas, mas estava mais do que acostumado e fazia com prazer. Para quem nunca entrava na cozinha, ele havia se tornado um expert em escolher verduras e legumes em oferta, acomodar as compras nas embalagens de plástico e depois nas sacolas grandes que levava.

Naquele dia, enquanto estava parado na esquina esperando um taxi, nem percebeu que um caminhão de entrega se aproximava rápido demais. O motorista até que tentou controlar, mas, o carro enorme estava sem freio, não conseguiu fazer a curva e foi direto bater no muro que fazia parte do supermercado, bem na esquina onde Paulão estava.

21-O motorista bateu a cabeça no vidro e desmaiou em cima da direção do caminhão disparando a buzina. Paulo Eduardo estava caído no chão, de bruços e um fio de sangue escorria desde sua testa até calçada. Ao redor ovos quebrados, frutas, verduras, leite derramado, arroz feijão, farinha, tudo espalhado pelo chão.

As pessoas em volta não sabiam o que fazer, alguém foi chamar a polícia e uma ambulância. Havia uma delegacia não muito longe do local, depois de uns 15 ou 20 minutos viatura chegou. A ambulância do SUS demorou bastante. Enquanto isso, as pessoas davam palpites e o policial gritava bem alto: “Ninguém mexe nas vítimas até a ambulância chegar”.

Com cuidado, o policial se aproximou e, supondo que a carteira de Paulão estaria no bolso de trás da calça tentou tirá-la. Conseguiu. Identidade, carteirinha do Sus, um bilhete de loteria, vários joguinhos da Sena, um recorte de jornal com informações sobre as corridas de cavalo, pouco dinheiro trocado e um papelzinho dobrado. O policial abriu e deduziu que era um número de telefone. Pelo prefixo deduziu que era da Mooca. Foi até a viatura falar com a central e pedir para ligarem naquele número.

O motorista, que até então estava imóvel, começou a se mexer, meio tonto. O outro policial foi até ele e, vendo que estava acordado e consciente, perguntou o que havia acontecido. As primeiras palavras do pobre homem foram para dizer que estava preso, não conseguia mexer as pernas.

Mais uma viatura se aproximou, os policiais desceram e começaram a fazer perguntas. Não ninguém conhecia Paulo Eduardo, ninguém viu direito, foi muito rápido, só olharam quando ouviram o barulho da batida do caminhão no muro.

22- A mãe de Vera Cecília atendeu o telefone, ficou assustada. Ao saber o nome da vítima imediatamente reconheceu que era Paulão e disse que assim que possível iria para o local do acidente. Ligou para o marido e para Vera Cecília. Ele, logo veio buscá-la e saíram em disparada. Ela levou um susto, mas avisou no trabalho que era uma emergência, pegou um taxi até o supermercado; ela sabia muito bem onde era, pois esteve lá com Paulão algumas vezes no tempo em que namoravam.

A cena que Vera Cecília encontrou era a mesma de uma hora antes: Paulão estatelado no meio das compras espalhadas, sangue no chão, o motorista do caminhão gritando de dor, polícia ambulância e os bombeiros que acabavam de chegar. Quis chegar perto do ex-namorado, os paramédicos não deixaram. Depois das primeiras providências, a vítima foi transferida para uma maca e colocada, às pressas dentro da ambulância. Bateram as portas e o veículo saiu com a sirene ligada a todo volume. Vera ainda conseguiu perguntar para qual hospital ele seria levado e ouviu de longe um Clínicas...

Estava desolada. Viu seu pais e correu para eles e, sem demora decidiram ir para o hospital também.

Paulo Eduardo e seus seis sobrenomes dava entrada na emergência, ainda desacordado.

E assim ficou durante 14 dias.

 

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